domingo, 17 de fevereiro de 2013

DÓI MAIS QUE TAPA


Encontrei este texto abordando um assunto importante na relação pais e filhos e irei compartilhar com vcs que são pais (educadores), para facilitar e ajudá-los na educação dos filhos.



DÓI MAIS QUE TAPA
Leonardo Demontier e Denise Maria Perissini da Silva

Muitos se escandalizam diante das estatísticas de violência doméstica, sem se dar conta de que a agressão verbal é outra forma de ataque.

Ameaças, chantagens, comparações, mentiras e humilhações. Há coisas que nunca devem ser ditas a uma criança. Palmada dói, beliscão também, puxão de orelha é horrível, e surra, então nem se diga. Mas o que poucas pessoas se dão conta é de que palavras também machucam. Podem doer, humilhar, provocar medos e causar muitos danos. Ninguém sai ileso de agressões verbais sarcásticas, chantagens, comparações e ameaças, principalmente quando elas vem de pessoas queridas, nas quais depositamos confiança. Travestidas de desabafos, essas frases tem o poder de abalar o amor próprio, a coragem e a iniciativa de qualquer um e, quando se trata de uma criança, podem causar estragos irreversíveis para auto-estima dela. A armadilha é que são ditas pelos pais em momentos de tensão e/ou de despreparo emocional, e seu sentido destrutivo passa facilmente despercebido. Então, o melhor é ficar atento e morder a língua antes de dizer à criança alguns desses impulsivos ataques verbais.

  • COMO VOCÊ É LERDO
Se você falar a uma criança que ela é lerda, boba, esteja certo de que “vestirá a camisa”, ou seja, corresponderá ao rótulo que lhe está sendo atribuído. Faça o contrário: enalteça suas qualidades. Para a criança, a palavra dos pais é lei.

  • BEM FEITO!
Falei que você ia se machucar...
Tudo bem, a criança errou e já está pagando um preço por isso: sente dor. Assim, não precisa ouvir uma bronca tão maldosa. A experiência mal-sucedida deve servi-lhe de lição para o futuro. Por isso, primeiro acolha a criança e cuide do seu machucado. Transforme o fato numa experiência construtiva e não imobilizadora. Afinal, é errando que se aprende.

  • ESPERA SÓ O SEU PAI CHEGAR
Essa frase é um verdadeiro atestado de fragilidade. A mão que diz isso não pode se queixar de que os filhos não a respeitam. Com frases assim, alem de perder a própria autoridade, a mulher transforma o marido em um algoz, a quem os filhos devem temer.

  • MAMÃE VOLTA RAPIDINHO
Usar esse tipo de artifício para amenizar a culpa de sair e não ver o filho chorar aumenta a ansiedade da criança. Ele percebe a insegurança da mãe e sente extremamente fragilizado, com medo de ser abandonado de fato. O melhor é relacionar o seu retorno a algo que ele entenda claramente: “Mamãe volta na hora do jantar”, por exemplo.

  • A VACINA NÃO VAI DOER NADA
Nada pior do que negar a realidade. O que os pais precisam dizer é que a vacina pode doer um pouco sim, mas evita doenças perigosas. Se a criança for bem informada do que está acontecendo a ela, vai se sentir segura e mais calma para enfrentar uma dor ou um desconforto.

  • SE NÃO SE AGASALHAR, VAI TOMAR INJEÇÃO!
Ameaças em geral são verdadeiro desastre em matéria de educação.

  • NÃO VÁ LÁ, TEM BICHO-PAPÃO!
Incutir o medo é forma que muitos pais encontram para manter os filhos grudados aos seus pés. Revê, na realidade, o medo que eles próprios sentem de ver as crianças crescendo e se tornando independentes. O resultado é previsível: filhos medrosos, inseguros e as vezes preconceituosos, pois alem do bicho papão, frases desse gênero costumam eleger a figura do mendigo ou do “homem do saco” como vilões.

  • VOCÊ NÃO FAZ NADA DIREITO!
Ou será que foram os pais que não ensinaram da maneira correta? Ao ouvir uma frase desse tipo, é obvio que a criança se sente incapaz. Mas os erros dela podem ser resultado da incapacidade do adulto de se comunicar numa linguagem acessível. Além disso, cada criança tem um ritmo para aprender, e sua capacidade jamais deve ser subestimada.

  • NÃO FEZ MAIS QUE A OBRIGAÇÃO!
Essa é uma frase perfeita para transformar uma grande conquista da criança numa triste decepção. Diante do próximo desafio, é mis do que certo que ela não tenha o menor desejo de se esforçar.

  • DEPOIS EU LEVO VOCÊ!
Nunca prometa algo que nunca possa cumprir. Para a criança, a palavra dos pais é lei. E se você de fato tem a intenção de levá-lo ao lugar prometido um dia, especifique a data. Adultos estão acostumados a lidar com tempo relativo, crianças não. Ou seja, para elas, o “depois” pode ser minuto seguinte e elas se frustrarão se não acontecer o que os pais prometeram. Promessas não cumpridas representam um duro golpe na relação de confiança entre pais e filhos.


DEPOIS SERÁ  ABORDADO ESSES TÓPICOS ABAIXO:

  • TÃO TEIMOSO QUANTO AO PAI!
  • SEU PAI  NÃO PRESTA! ELE NEM VEIO TE VISITAR!
  • DE QUEM VOCÊ GOSTA MAIS: DO PAPAI OU DA MAMÃE?
  • OLHA QUE O PAPAI NOEL NÃO TRAZ PRESENTE!
  • SUA (SEU) IRMÃ(O) VAI TÃO BEM NA ESCOLA E VOCÊ NÃO!
  • NÃO SEI E NÃO ME AMOLA!
  • VOCÊ É CRIANÇA, NÃO ENTENDE DISSO!

Revista viver psicologia – junho 2003.

Viviane Manhães
Beijinhos!!!